ALIMENTOS TERMOGÉNICOS
Os alimentos termogénicos aceleram o metabolismo, através do aumento da atividade do sistema nervoso simpático. São exemplo de alimentos termogénicos a pimenta, o café, os brócolos, o chá verde, a canela, o gengibre, o alecrim, a hortelã e algumas frutas.
Os efeitos de alguns fitoquímicos, já demonstraram evidência científica sobre o metabolismo e oxidação lipídica. Assim é necessário perceber quais as quantidades necessárias para exercer essas funções, no nosso organismo.
Um estudo realizado com dezanove indivíduos adultos saudáveis, com idades entre dezoito e os cinquenta anos e com índice de massa corporal (IMC) entre 20 a 30 kg/m2, que foram submetidos a suplementação de 2,6 mg de capsaicina (presente principalmente nas pimentas) nas três principais refeições. Os resultados demonstraram que a capsaicina tem um efeito termogénico, levando a um balanço energético negativo de 20,5%, que se deve ao aumento da oxidação de lípidos, além de não promover alteração na pressão arterial.
Noutro estudo realizado em indivíduos pré-diabéticos que ingeriram canela constatou-se que existe uma diminuição da glicémia em jejum e da gordura corporal.
O café é uma das bebidas mais consumidas em Portugal e no mundo. Os efeitos da cafeína sobre o organismo consistem em aumentar o estado de alerta e reduzir a sensação de fadiga, podendo aumentar a capacidade para realizar determinadas tarefas. O efeito da cafeína no organismo possibilita o uso da bebida como estimulante, mas o seu consumo excessivo pode conduzir a insónias, a taquicardias, a hiperatividade, entre outras. Indivíduos com gastrite ou úlcera gastrointestinal devem evitar a ingestão de café, uma vez que a bebida leva ao aumento da produção de ácido gástrico, resultando em irritação da mucosa.
Ao nível celular, a cafeína é um antagonista competitivo dos recetores de adenosina e atua também diretamente ao nível de recetores, de forma a potenciar a liberação do cálcio do retículo sarcoplasmático, pelo desacoplamento da atividade da ATPase no músculo esquelético. Em consequência desses dois mecanismos celulares, a cafeína causa um aumento da lipólise, uma redução da concentração plasmática de potássio durante o exercício, um aumento da força de contração muscular em baixas frequências de estimulação e uma economia do glicogênio muscular (Cantá et al., 2013).
De acordo com Mirante et al. (2017) a quantidade de cafeína necessária para causar efeito termogénico é de 5 a 6 mg por quilograma de peso do desportista.
Existem estudos que corroboram a tese de que beber café antes do exercício físico tem grandes benefícios. Este não deve ser tomado sozinho, mas sim combinado com um snack de pré treino.
Antes da toma de qualquer alimento termogénico, deve aconselhar-se com um profissional da área, um nutricionista, e complementar sempre a sua dieta com o exercício físico, de forma a alcançar um equilíbrio entre a perda de massa gorda e manutenção/ganho de massa magra.
Ana Rita Cativo